quarta-feira, 1 de julho de 2015

CAPACITAÇÃO TRIBUTÁRIA NA ORDEM DO DIA

compartilhe com seus amigos

Doutor Imposto
Publicado no Jornal Maskate dia 02/07/2015 - A004

Foi-se o tempo em que as questões fisco tributárias eram de responsabilidade exclusiva do Contador. A nota fiscal eletrônica inaugurou uma era de grandes desafios para o comerciante. Principalmente, uma era de muita pressão fiscal. Lá, no passado, o embate entre Fisco e Contribuinte poderia ser considerado uma disputa entre iguais. Ou seja, na medida em que um lado majorava os impostos o outro aumentava a sonegação, de modo que a balança se mantinha equilibrada. O governo não dispunha de eficientes instrumentos de controle que pudesse alcançar todo mundo ao mesmo tempo, e as empresas, por sua vez, não tinham o hábito de orientar suas ações com base no texto da legislação tributária. Afinal de contas, pra quê perder tempo com páginas e páginas de normas legais se no final tudo era “acertado”. Pois é. Os governantes não gostavam nada dessa prática esvaziadora dos cofres públicos. Daí, que, sorrateiramente, o agente fiscalizador passou a se municiar de recursos tecnológicos altamente eficientes, os quais foram sendo aprimorados ao longo dos anos.

O resultado dessa evolução tecnológica está aí, diante dos nossos olhos, condicionando as nossas ações. No cerne desse problema de relacionamento está o atraso do contribuinte que não seguiu no mesmo ritmo do governo. Ou seja, o governo aprendeu a atacar, mas o Contribuinte não aprendeu a se defender. Se o poder da SEFAZ está nos instrumentos tecnológicos de controle fiscal, o contraponto desse jogo de forças está nas boas práticas administrativas do Contribuinte. A SEFAZ joga com a eficiência da sua máquina arrecadatória; o Comerciante poderia jogar com a eficiência dos seus métodos de gestão fisco tributária. O pior a fazer é insistir no velho costume de empurrar tudo com a barriga. Portanto, o momento é de investir na capacitação técnica, tanto do patrão quanto dos empregados. Não adianta insistir na velha prática de obrigar o Contador a descascar tudo quanto é abacaxi que aparece. O modelo atualmente em vigor obriga que a informação fiscal esteja correta no seu nascedouro. Engana-se quem envia um pacote de informações tortas para o Contador e espera que tudo seja corrigido. É impossível. No final das contas, a bomba vai explodir no colo do Comerciante.

O processo de recebimento/faturamento deve ser conduzido de forma correta. Ou seja, é preciso ter muito cuidado nessas duas extremidades. Por ocasião do recebimento da mercadoria, os itens devem entrar no estoque com suas situações tributárias específicas rigorosamente parametrizadas. É o que se chama de classificação fiscal. O mesmo cuidado deve ser dispensado por ocasião do faturamento. E fazer isso de forma minimamente adequada exige que o operador tenha conhecimentos técnicos adequados. Saber mais ou menos como fazer a coisa não resolve nada. O ideal é que o máximo possível de pessoas tenha conhecimentos razoáveis de tributação, tais quais, almoxarife, encarregado de compras, gerente de vendas, administradores financeiros e o próprio dono.    


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua mensagem será publicada assim que for liberada. Grato.