terça-feira, 28 de julho de 2015

MOFINO AMOFINADO

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Reginaldo de Oliveira
Publicado no Jornal do Commercio dia 28/07/2015 - A220

Um comerciante paraense do ramo farmacêutico que morou três anos na cidade americana de Goldsboro afirmou que durante sua estada não soube de nenhuma notícia relacionada a crimes de assalto, sendo o furto de carros e pequenos delitos as infrações mais comuns. Se por acaso fosse descarregado um lote de assaltantes brasileiros no estado do Texas, todos morreriam em poucas horas. O cidadão americano carrega no sangue o orgulho e a responsabilidade de defender sua família e seu patrimônio. Esse é um direito assegurado pela lei e pelos costumes. Lá, nos Estados Unidos, é preciso uma dose cavalar de coragem para um bandidinho assaltar uma mercearia. Ele sabe que ao lado do caixa tem uma escopeta de grosso calibre lhe esperando. O cidadão americano tem pleno direito de dar um tiro na cabeça de qualquer um que ataque seu patrimônio ou sua família. Por isso é que o senhor Nabil não soube de assaltos. Outro fato relevante do sistema jurídico americano é que o condenado é de fato condenado. Mesmo!! Ele cumpre a pena direitinho. Ao contrário das condenações brasileiras, que mais se parecem piada de muito mau gosto. O sistema prisional brasileiro é uma esculhambação sem fim. Por aqui, cumpre-se pena em liberdade cometendo outros crimes; estupradores perigosíssimos recebem indulto de natal; penitenciárias são transformadas em escritórios do crime com detentos aparelhados de facas e telefones celulares... A lista de escabrosidades é longa.  

Todo ser vivo possui o instinto natural de defesa, de reação imediata a qualquer tipo de ameaça externa. A cultura “pacifista” brasileira perverteu essa lei maior da natureza humana. Consequentemente, o homem brasileiro vem perdendo sua essência nociva por ser forçado a se transformar num boi manso. Todos os dias somos obrigados a ouvir o repetitivo mantra do NÃO REAJA; NÃO SE DEFENDA; DEIXE O BANDIDO FAZER O QUE QUISER COM VOCÊ E COM SUA FAMÍLIA. Essa é a recomendação das “autoridades”. Essa é a forma que as “autoridades” encontraram para lidar com o problema da insegurança pública. Assistimos à crescente ousadia dos criminosos de todos os naipes, onde qualquer bandidinho magrelo se sente munido de superpoderes para fazer arrastões, queimar ônibus, estuprar, sequestrar, roubar, matar etc. Afinal de contas, a população está em constante processo de amansamento operado pelas “autoridades”.

Por isso é que qualquer moleque se sente no direito de atacar um grupo de homens robustos com um canivete. Esse pivete acredita que os grandões já foram amansados e doutrinados a NÃO REAGIR. Aqueles homens de fartos músculos esculpidos em academias ficam paralisados de medo diante de uma criatura esquálida porque as “autoridades” insistem na tese de que o bandido deve ficar à vontade pra fazer o que quiser. É realmente o fim do mundo!! O juízo final deve está próximo.

Décadas atrás, bandido nenhum era doido de matar um taxista na cidade maranhense de Imperatriz. Ele sabia que as consequências eram escarnecedoras. Os taxistas arrancavam o bandido da cadeia e o levavam para a estrada. No final das contas, não sobrava quase nada para colocar no caixão. Por tal motivo, o bandido é que tinha medo do taxista. Hoje, a população vive apavorada e os bandidos se sentem donos da situação, tocando o terror com a maior tranquilidade do mundo. Afinal de contas, as “autoridades” se ocupam de preparar a população para NÃO REAGIR de forma nenhuma.

“Autoridades”, significa o sistema como um todo. Um sistema totalmente incompetente, equivocado e corrupto. Nesse rol de incompetências entra uma série de organismos públicos e instâncias das mais variadas, que não tomam uma atitude definitiva para acabar com a violência. Todo mundo prefere se digladiar com teorias e proposições equivocadas enquanto o crime segue em ritmo acelerado. Dentre tantos responsáveis pela balbúrdia instalada no país, quem se expõe e acaba por fim levando toda a culpa é a instituição policial. Justamente, a parte menos remunerada e menos aparelhada de prerrogativas legais de atuação. Políticos e outras entidades cometem barbaridades de todo tipo e usam a polícia como bode expiatório dos seus pecados. E ainda contam com a participação da mídia no processo de difamação de soldados, investigadores, patrulheiros, etc., que ganham uma merreca para arriscar a vida enfrentando bandidos armados de fuzis e metralhadoras. Em meio a tantas desgraças o pior a fazer é justamente destruir a instituição policial. Isso, sim, é uma tragédia. E os bandidos, claro, adoram esse espetáculo dantesco. 


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