Publicado no Jornal do Commercio dia 06/11/2012 - A100
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Há
alguns anos, uma série de fatores vem impactando os tradicionais modelos de
gestão e assim provocando reflexões sobre as práticas gerencias vigentes.
Trata-se do despertar de consciências para um novo ambiente de negócios. Essa
nova realidade está exigindo uma nova postura dos comandantes das mais variadas
formas de organizações. Se antes o foco principal era a concorrência; agora, é o
viés fiscal que está pautando as ações das empresas. A necessidade de controle
fiscal está trazendo consigo a necessidade de controle pleno dos processos via
sistema ERP, o qual deve ser imprescindivelmente complementado pela
contabilidade gerencial. O sentimento de que as coisas estão fugindo do
controle e a paranoia de constantes ameaças aos negócios tem angustiado o
espírito de pessoas responsáveis pelo sustento de muitas famílias que dependem
da manutenção do emprego. O mercado de agora está mais exigente, a conjuntura
econômica está mais exigente, os controles governamentais estão terrivelmente
mais exigentes. E a solução para lidar com esse estado de coisas é se
reinventar; é quebrar paradigmas, é se organizar.
Essa
dita reinvenção passa obrigatoriamente pelo amadurecimento profissional dos
atores corporativos, os quais devem se comportar como protagonistas das suas
incumbências; onde cada um deve estar plenamente comprometido com a sua quota
de responsabilidade. Evidentemente, sabe-se que em face do modelo de gestão
vigente na maioria das nossas empresas, isso é a mesma coisa que transformar
água em vinho. Pode ser, mas muitos iluminados gestores já estão revolucionando
seus modelos de negócios. E a fonte desse milagre está no poder das equipes de
alto desempenho. Agora, mais do que nunca, se observa a imposição da competência.
Ou seja, onde há casos de sucesso existe uma afiadíssima equipe de excelentes
profissionais. Não há outra saída. Para manter-se estabelecido é preciso
investir em qualificação profissional, principalmente nas áreas burocráticas de
controle interno.
As
pressões esmagadoras dos controles fiscais estão obrigando praticamente tudo
quanto é funcionário a possuir sólidos conhecimentos
fisco/tributário/contábeis. Por exemplo, o Comprador deve está munido de
informações suficientes que lhe permita discutir com a fábrica questões
relacionadas com CST, NCM, CFOP, ZFM, ALC, substituição tributária, regime
monofásico, alíquota, fato gerador, tributo por dentro, tributo por fora, “bis in
idem” etc. De modo semelhante, o Almoxarife precisa está igualmente preparado,
visto ser ele o responsável pela alimentação de vários módulos do sistema ERP
quando faz adições ao estoque. O Vendedor deve orientar seu cliente varejista
que determinado produto já foi tributado via substituição tributária e que por
isso mesmo está isento de imposto em todas as etapas subsequentes de
comercialização dentro do Estado. O Financeiro deve está atento aos prazos de
recolhimento de tributos e ao mesmo tempo obrigado a questionar o Fiscal e o
Contábil sobre situações grosseiramente discrepantes que possa vir a detectar.
Os riscos fiscais atuais são imensos e por mais cuidadosos que sejam os
procedimentos, sempre existe a possibilidade de a empresa ser apanhada no
contrapé. Daí o motivo de mais e mais pessoas se manterem atentas aos assuntos
fiscais.
Tais
desafios estão obrigando as organizações ao desenvolvimento de uma cultura do
aprendizado sistêmico e integrado à essência do negócio. O aprimoramento
constante de novas habilidades e percepções devem ser capazes de revolucionar
crenças e opiniões, levando assim ao senso comum de que o aprendizado contínuo
e coletivo é a única forma de manter vantagens competitivas sustentáveis. Departamentos
estanques e aprisionamento do conhecimento estratégico em redutos específicos
da organização já são vistos como práticas nocivas à saúde do negócio. Porquanto,
não há espaço para gênios indomáveis; as empresas querem pessoas com espírito
conciliador e raciocínio sistêmico. A disseminação do conhecimento pode
acontecer internamente via disposição dos que sabem mais em ajudar os que sabem
menos. Isso não é difícil. É preciso que alguém se disponha a dar partida na
máquina do saber. É bom lembrar que o conhecimento é propriedade de todos e a sua
capilarização é o axioma do momento.
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