Reginaldo de Oliveira
Publicado no Jornal do Commercio dia 10 / 7 / 2018 - AR 032
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Na caminhada da vida temos necessidade de que alguém nos guie, e depois de certo momento nos tornamos um navegador solitário. Quando nos sentimos um pouco perdidos, nos damos conta de que não seguimos mais com o nosso guia; traçamos nossa meta totalmente a sós e depois nos apercebemos de que alguém está ao nosso lado. Aquele que nós seguíamos não é mais o nosso guia, mas ele está em nós. Nós o absorvemos.
Na caminhada da vida temos necessidade de que alguém nos guie, e depois de certo momento nos tornamos um navegador solitário. Quando nos sentimos um pouco perdidos, nos damos conta de que não seguimos mais com o nosso guia; traçamos nossa meta totalmente a sós e depois nos apercebemos de que alguém está ao nosso lado. Aquele que nós seguíamos não é mais o nosso guia, mas ele está em nós. Nós o absorvemos.
Cada
pessoa que chega a esse mundo traz consigo a árdua missão de escrever infinitas
páginas da gigantesca enciclopédia da sua vida. Muita ajuda dos que chegaram
antes será necessária nessa jornada épica. Os mais velhos terão a função de
retransmitir os códigos necessários à formação de mais um componente do tecido
social. As primeiras e mais importantes referências são os pais, que
contribuirão de forma intensa para a formação do caráter dos seus descendentes.
Os vínculos afetivos entre pais e filhos são poderosos, visto que além de dar a
vida, são os genitores que pavimentam e apontam o caminho para os rebentos.
Um
pouco mais crescida, a criança tomará contato com o outro grande formador do
seu caráter; uma pessoa que, além disso, terá a responsabilidade de prepará-la
para a vida social e profissional. O professor é o grande guia que segura na
mão do aluno e o conduz pela longa jornada do conhecimento, lhe proporcionando
os instrumentos e habilidades necessários para que possa se integrar plenamente
ao convívio dos seus semelhantes de forma sadia e construtiva. Daí, que a
relação professor/aluno é muito forte. A criança percebe a função construtiva
do seu professor; ela absorve a energia emanada do mestre e essa força vital
vai elucidando os enigmas do mundo. Na idade adulta, o homem terá cristalizado
na sua alma as palavras e as lições aprendidas dos seus pais e professores.
É
prazeroso perceber no aluno a inquietação que atiça a sede de conhecimento. O
conhecimento liberta o homem da dúvida e da escuridão; leva a um relacionamento
fraternal com o próximo e a ações altruístas. Uma única aula é capaz de
provocar uma revolução da cabeça do aluno, o que nos faz refletir sobre a
grandiosidade e a responsabilidade do papel do professor. É muito importante
que o professor tenha consciência das suas atribuições, as quais se revestem de
dignidade sacerdotal. Quando isso acontece, o trabalho junto aos alunos ganha
uma aura de encantamento e elevação. Caso contrário, uma atuação protocolar,
desprovida de comprometimento e de entusiasmo, torna o aprendizado insosso e
vazio. Por isso, não é nada bom que alguns profissionais trabalhem na docência
sem abraçá-la com a sua alma; não é recomendável que busquem apenas um
complemento de renda financeira.
O
aluno precisa sentir que o conteúdo recebido está vitaminado com empenho e
dedicação do mestre. Dessa forma, os aprendizes ficarão mais fortes e
preparados para os embates fora da sala de aula. O mestre dever ter
sensibilidade aguçada para perceber a capacidade cognitiva dos seus alunos;
deve conduzir seus aprendizes por caminhos psicológicos até que cheguem à
compreensão de um assunto complexo; deve trabalhar os modelos mentais dos
educandos, fazendo com que aprendam mesmo sem se darem conta disso. Quando o
professor trabalha dessa forma, os resultados são impressionantes e os alunos
respondem de forma espetacular. Toda pessoa sente as boas intenções daqueles
que querem o nosso bem; isso é algo tão primário que até um bicho fica quieto
quando está sendo cuidado por um médico veterinário. O compromisso com a
qualidade do ensino deve impregnar as atividades diárias do professor. Dessa
forma, ele pode estabelecer uma fina sintonia com seus alunos, gerando assim
benefícios para todos.
Lamentavelmente,
a realidade do ensino brasileiro amarga uma tenebrosa crise de qualidade
educacional, o que impacta seriamente o desempenho econômico do país como um
todo. O Brasil perdeu o bonde do IDH porque estava atarefado com picuinhas, com
joguetes políticos e com discussões vazias. A balbúrdia jurídica em torno da
libertação do Lula só desnudou o cadáver institucional resultante desse modelo
equivocado. Resta aos empreendedores que insistem na sobrevivência do negócio,
investir em treinamentos internos para terminar a construção do indivíduo
esquecido pelas políticas desenhadas com a tinta do descaso e da corrupção.
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