Reginaldo de Oliveira
Publicado no Jornal do Commercio dia 23/07/2013 - A132
“Você
poderia tirar de mim as minhas fábricas, queimar os meus prédios, mas se me der
o meu pessoal, eu construirei outra vez todos os meus negócios.” Essa citação
do visionário empreendedor estadunidense Henry Ford carrega um denso e profundo
significado. Desse modo, pode-se inferir que a Excelência é um mosaico formado
por elementos meticulosamente esculpidos de forma que os encaixes resultem numa
obra de arte. Assim é o trabalho das equipes de alto desempenho que produz
resultados fenomenais. Ou seja, a obra só ficará de todo boa se tudo nela
estiver completamente perfeito. De nada combinará um piso bonito com goteira no
teto. E no balanço de erros e acertos, as falhas costumam ofuscar as boas
iniciativas. Essa circunspeção nos convida a refletir sobre o papel da qualificação
profissional nas atividades diárias das empresas e o quanto isso pode ser
determinante para o sucesso ou fracasso de qualquer tipo de negócio.
O
Grupo BR Eletron é um exemplo notável de empreendimento bem sucedido.
Curiosamente, a coluna mestra dessa empresa é representada pelo alto nível de
qualificação do seu pessoal. Mais ainda. Todo o negócio de distribuição de
produtos de tecnologia está assentado na capacitação profissional de
funcionários e clientes. Por isso é que a sala de treinamento é tão importante
quanto o salão de vendas. Os treinamentos são diários e constantes e por esse
motivo os clientes são bem atendidos e estão sempre voltando. Os clientes voltam
não somente porque o vendedor é bom, mas também porque o almoxarife é
competente, o cafezinho é excelente e o ambiente é acolhedor.
O
Grupo Bemol é o ícone máximo de eficiência e sucesso aqui da nossa cidade; seus
números são simplesmente assombrosos. O atendimento Bemol é algo que
impressiona até os clientes fiéis e contumazes, devido à agilidade e precisão
dos funcionários envolvidos em todo o processo operacional do negócio. E a
razão desse nível de qualidade é um intenso e amplo programa de capacitação
profissional que inclui até o envio de multiplicadores para beber na fonte da
HSM Educação em São Paulo, uma das mais importantes escolas de negócios do
planeta. Cada funcionário da Bemol deve cumprir anualmente uma carga horária de
treinamento. E se um colaborador começar a se desviar do padrão de qualidade, ele
é imediatamente encaminhado para um programa de reavaliação e reciclagem.
Resumo da ópera. Se a Bemol é boa é porque o vendedor é bom, a entrega é
pontual e toda uma estrutura de bons profissionais atua nos bastidores.
Infelizmente,
para muitos donos de empresas o assunto “capacitação profissional” é algo
abstrato e despropositado. As empresas desse pessoal são normalmente entupidas
de problemas de todo tipo porque ninguém compreende exatamente sua função e
suas responsabilidades na estrutura do negócio. Além do mais, os fluxos de
informações são engargalados e obstruídos. E toda a pesada carga de
ineficiência acumulada é finalmente jogada nas costas do cliente.
Por
essas e outras é que qualquer empresa deveria primar pela capacitação
profissional de toda a sua estrutura de negócio. E capacitar não significa
exatamente dispender excessivo volume de dinheiro com programas de treinamento.
Capacitar é antes de tudo uma filosofia de vida que deve ser incorporada à
cultura corporativa. O resto vem por consequência do ideal de organizações do
aprendizado. Quem está decidido a chegar a um determinado objetivo encontrará
os caminhos certos a percorrer. O aprendizado acontece de diversas formas e a
mais ancestral delas é uma boa e frutífera conversa onde se compartilha
experiências e pontos de vista diferentes. Há bons exemplos de empresas que com
razoável investimento conseguiram se distinguir pela qualidade do seu pessoal.
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