Reginaldo de Oliveira
Publicado no Jornal do Commercio dia 02 / 01 / 2019 - A350
Eis
que o ferreiro conversa com o amigo. – Você está vendo esse aço? Você sabia que
para transformar o aço em uma boa ferramenta eu preciso trabalhar muito nele?
Primeiro, eu o aqueço a uma temperatura muito alta. Depois, pego uma marreta
pesada e bato nele com toda força até que comece a ganhar a forma que eu quero.
Em seguida, pego essa peça e num movimento rápido mergulho-a no tanque de água
fria. O choque é tão grande que dá para ouvir os "gritos" da peça na
oficina inteira. Depois disso, eu preciso repetir todo esse processo até
conseguir fazer com que a peça chegue ao formato ideal. Só, que, às vezes, o
aço não suporta esse tratamento estressante e racha por inteiro. Então, ele é
reprovado e assim eu o jogo no monte de ferro velho que fica ali na porta.
Os
últimos anos têm sido sacrificantes para o profissional da contabilidade, mas o
pior ainda está por vir. O volume de obrigações derivado de inúmeras
modificações normativas vem crescendo num ritmo alucinante sem que tenha havido
contrapartida remuneratória. Além da questão legal, o contador vem enfrentando
o desafio tecnológico do SPED, cujos módulos se expandem numa escala
preocupante. Cada novidade lançada pela Receita Federal traz um vasto rol de
exigências técnicas e procedimentais quase que impossível de cumprir. E, às
vezes, o órgão fazendário quer implantar na marra uma tecnologia incipiente.
Por exemplo, anos atrás o governo quis instituir o eSocial a todo custo, apesar
do despreparo das entidades parceiras da Receita Federal. Daí, a razão de
tantos percalços e de muitos rebuliços.
Já
se foram 12 anos desde a emissão das primeiras notas fiscais eletrônicas e
mesmo assim a Escrituração Fiscal Digital continua um enigma para muitos
profissionais da contabilidade. Na verdade, os efeitos práticos da EFD
começaram há pouco tempo, com promessa de intensificação a partir de 2019,
quando finalmente irá operar a famosa malha fiscal da pessoa jurídica. Além
disso, a central de balanços voltou a figurar nas publicações técnicas,
indicando com isso que teremos mais e mais trabalho pela frente.
A
máquina legislativa brasileira trabalha 24 horas por dia 7 dias por semana,
despejando toneladas de normas nas mesas dos contadores para serem digeridas.
Algumas dessas modificações normativas levam anos para se consolidar. Nesse
meio tempo, a instabilidade procedimental impera, deixando contadores e
empresários desnorteados. É o que está acontecendo com a minirreforma
trabalhista.
O
aperto fiscal vem obrigando empresas e contadores a cumprir as determinações do
texto legal, coisa não habitual num país acostumado ao jeitinho brasileiro.
Somente depois de pressionados é que estamos descobrindo a impossibilidade de
cumprir tudo o que está escrito. Quem vem encarando o desafio da legalização
procedimental está enfrentando imensas dificuldades para compor um quadro de
empregados competentes. O problema se agrava nas firmas de contabilidade, onde
muita gente vem abandonando a profissão. Mesmo assim, alguns empreendedores
contábeis se destacam nesse turbulento ambiente de incertezas.
A
Cyjuman sempre teve como princípio básico o investimento constante na
capacitação de todo o seu corpo funcional. A própria diretora da firma de
contabilidade vive numa insistente busca por soluções inovadoras que são
encontradas nos melhores treinamentos disponibilizados por consultorias
especializadas. Tal prática é copiada pelos colaboradores, que também precisam
estar permanentemente atualizados. Inclusive, a empresa dispõe de uma admirável
estrutura para treinamento e capacitação profissional. Além disso, a Cyjuman
vem investindo pesado na utilização de tecnologias que possibilitam o
cumprimento das obrigações legais. No momento, os esforços estão sendo
empreendidos na construção de modelos administrativos capazes de assegurar a
integridade da informação na fonte produtora. O efeito colateral desse projeto
está se refletindo na melhoria organizacional do próprio negócio do cliente. Esse
trabalho não é fácil, mas é o único caminho sustentável que as firmas de
contabilidade devem trilhar. Mesmo porque, a velha tarefa da escrituração
morreu faz muito tempo. O Contador se transformou num provedor de soluções
empresariais e institucionais; sua missão primordial é garantir a
funcionalidade do sistema patrimonial das organizações públicas e privadas.
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