Reginaldo de Oliveira
Publicado no Jornal do Commercio dia 23 / 06 / 2020 - A403
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O ímpeto empreendedorístico costuma ser mais forte que a prudência. Daí, a razão de tantos atropelos no ambiente de negócios. Por isso, é sempre bom lembrar que as questões tributárias estão pautando todas as ações empresariais, significando assim que cada passo e cada decisão deve considerar o peso normativo duma legislação cheia de armadilhas traiçoeiras. Como todos sabem, o Brasil é o pior lugar do mundo para se fazer negócios e os empresários brasileiros são acima de tudo sobreviventes da voracidade tributária, dos achaques, das perseguições e da concorrência desleal promovida por incentivos fiscais seletivos que desequilibram as condições de competitividade. Para piorar o chafurdo lamacento, temos 27 brasis no mesmo território brasileiro, já que cada Estado estabelece regras próprias de ICMS, o que tolhe o desenvolvimento regional e desencoraja qualquer ideia de expansão. A morte cerca qualquer um que tente romper a casca territorial, uma vez que as armadilhas tributárias são diferentes entre Estados e também entre municípios. Não é raro, uma empresa crescer numa localidade e depois quebrar após um processo de expansão territorial precipitado.
O ímpeto empreendedorístico costuma ser mais forte que a prudência. Daí, a razão de tantos atropelos no ambiente de negócios. Por isso, é sempre bom lembrar que as questões tributárias estão pautando todas as ações empresariais, significando assim que cada passo e cada decisão deve considerar o peso normativo duma legislação cheia de armadilhas traiçoeiras. Como todos sabem, o Brasil é o pior lugar do mundo para se fazer negócios e os empresários brasileiros são acima de tudo sobreviventes da voracidade tributária, dos achaques, das perseguições e da concorrência desleal promovida por incentivos fiscais seletivos que desequilibram as condições de competitividade. Para piorar o chafurdo lamacento, temos 27 brasis no mesmo território brasileiro, já que cada Estado estabelece regras próprias de ICMS, o que tolhe o desenvolvimento regional e desencoraja qualquer ideia de expansão. A morte cerca qualquer um que tente romper a casca territorial, uma vez que as armadilhas tributárias são diferentes entre Estados e também entre municípios. Não é raro, uma empresa crescer numa localidade e depois quebrar após um processo de expansão territorial precipitado.
Há
um caso surreal relatado pelo empresário e deputado Alexis Fonteyne, que é
proprietário de uma indústria química em Sumaré. Ele comenta num vídeo que sua
atividade é amparada por um grande volume de licenças governamentais e pela rigorosa
observância da legislação tributária. Até o preço do produto informado ao
cliente depende da destinação do produto (insumo, consumo, comercialização), e
também se a operação é interna ou interestadual. Pesa ainda a qualificação do
adquirente, uma vez que isso é fundamental nas diversas tributações duma mesma
operação. Toda essa investigação preliminar define o preço de venda. Vencida a
primeira etapa, seguem os cuidados na emissão da nota fiscal, já que os
produtos podem ser normais, substituição tributária; estarem sujeitos a
diferencial de alíquota ou ao fundo de combate a pobreza; e ainda pode haver
redução de base de cálculo, isenções etc. A maratona ainda não acabou. Agora,
vem uma avalanche de normas tributárias aplicáveis ao frete da mercadoria, além
de normatizações técnicas vinculadas ao tipo de material transportado
(sinalizações, licenças, selos, fichas técnicas etc). Pois bem. Mesmo com pleno
domínio de tantos detalhamentos, a empresa foi surpreendida por um auto de infração
quando o caminhão atravessava o município de São Paulo. O destino final era a cidade
do Rio de Janeiro. A razão da multa foi a falta do LTPP municipal (Licença de
Transporte de Produto Perigoso). O senhor Alexis pondera que se efetuasse uma
venda para Fortaleza, ele teria que fazer uma ampla investigação de cada
município ao longo do itinerário da carga para verificar a necessidade de
emissão de licenças municipais.
Pois
bem. Além do colossal volume, temos ainda o crônico e anacrônico subjetivismo daninho
que permeia o sistema normativo por inteiro. Esse fator incontestável e ostensivo
se mantém inabalável porque suporta um vasto e ultra capilarizado esquema de
corrupção. Se nada do que está escrito tem clareza, então acaba valendo a
opinião do agente público (opinião é a lei). Mesmo porque, a validade de tudo é
discutida no STF. Tudo vai para o STF. Pisamos em ovos o tempo todo porque a
insegurança jurídica gruda no corpo empresarial como uma praga de carrapatos.
Desse
modo, a atenção aos detalhes deve estar na ordem do dia. Sempre. E a todo
momento. Um único deslize, e a lucratividade do mês vai para o ralo. O espectro
da Sefaz e de outras entidades sobrenaturais assombram o espírito de quem
produz a riqueza desse país. Para mitigação de riscos, portanto, resta apostar num
programa intenso e constante de capacitação profissional.
Nosso
cáustico ambiente empurra os dirigentes empresariais para o terreno da
burocracia normativa, onde os mais atentos se veem obrigados a estudar
profundamente o sistema tributário, como fez o empresário Alexis Fonteyne, e
muitos outros que seguiram o mesmo caminho. É a velha história: a necessidade
faz o sapo pular. Curta e siga @doutorimposto
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