compartilhe esse post com seus amigos
Reginaldo de Oliveira
Publicado no Jornal do Commercio dia 03/03/2015 - A202
Artigos publicados
Dias atrás, um empresário manauara que possui empreendimentos nos EUA comentou com amigos que os americanos não compreendem a magnitude do escândalo da Operação Lava Jato, e, sobretudo, não conseguem acreditar nas cifras envolvidas. É surreal demais para eles. Principalmente, quando um único investigado recebeu na sua conta bancária o montante superior a meio bilhão de reais. O assunto corrupção remete os norte-americanos ao caso do governador de Illinois, Rod Blagojevich e o imbróglio em que se meteu por conta da acusação de TER TENTADO vender um cargo vago no Senado. O valor citado nessa história é de 150 mil dólares. Claro, óbvio, ele e o seu chefe de gabinete, John Harris, foram imediatamente presos. Preso e banido da vida pública. E solha só: POR TER TENTADO. Na cabeça do cidadão estadunidense a dinâmica dos acontecimentos funciona da seguinte forma: O castigo é consequência imediata do crime. Ponto final. Por isso é que a dinâmica dos fatos criminosos ocorridos no nosso maravilhoso Brasil é um troço absolutamente chocante e incompreensível; capaz de dá um nó na cabeça dos yankees. É mais ou menos como ir tomar uma cervejinha com alguém que acabou de matar seu filho. Nem Salvador Dalí seria capaz de imaginar uma cena dessas.
Para o mal-estar de
todos e infelicidade geral da nação, (os fatos estão aí, para comprovar), o
governo sabe bem o que faz ao estabelecer loucas e estapafúrdias imposições ao
povo. Isso, sem falar nas mentiras embusteiras ou nas manobras ostensivas para
livrar bandidos da cadeia. Pois é. O governo, sabiamente, pinta e borda porque tem
certeza de que nada do que fizer, por mais absurdo que seja, resultará em algum
tipo de consequência mais grave. Ele conhece bem a espécie de gente sob seu
comando.
Dias atrás, um empresário manauara que possui empreendimentos nos EUA comentou com amigos que os americanos não compreendem a magnitude do escândalo da Operação Lava Jato, e, sobretudo, não conseguem acreditar nas cifras envolvidas. É surreal demais para eles. Principalmente, quando um único investigado recebeu na sua conta bancária o montante superior a meio bilhão de reais. O assunto corrupção remete os norte-americanos ao caso do governador de Illinois, Rod Blagojevich e o imbróglio em que se meteu por conta da acusação de TER TENTADO vender um cargo vago no Senado. O valor citado nessa história é de 150 mil dólares. Claro, óbvio, ele e o seu chefe de gabinete, John Harris, foram imediatamente presos. Preso e banido da vida pública. E solha só: POR TER TENTADO. Na cabeça do cidadão estadunidense a dinâmica dos acontecimentos funciona da seguinte forma: O castigo é consequência imediata do crime. Ponto final. Por isso é que a dinâmica dos fatos criminosos ocorridos no nosso maravilhoso Brasil é um troço absolutamente chocante e incompreensível; capaz de dá um nó na cabeça dos yankees. É mais ou menos como ir tomar uma cervejinha com alguém que acabou de matar seu filho. Nem Salvador Dalí seria capaz de imaginar uma cena dessas.
Pois
é. Nós temos essa curiosa característica: Arrancam nosso couro, espicham e
depois fazem forro de tamborim; roubam nossa casa, destroem nossas empresas,
pisam na nossa dignidade, aniquilam o futuro do país, e, no final das contas,
tudo bem!! Garantimos no pleito eleitoral mais quatro anos de estripulias aos
nossos algozes. De fato, é um enredo louco demais para o estrangeiro digerir. Não
à toa, o escritor Belmiro Castor afirmou que o Brasil não é para amadores. O
famoso “jeitinho”, tão romantizado por artistas e filósofos, hoje, mostrou seu
lado mais perverso. O rol de crimes hediondos investigados pela Operação Lava
Jato nada mais é do que o jeitinho em grande escala. A natureza exata da propina
bilionária é a mesma oferecida ao guarda de trânsito. Portanto, quem se safou
da multa por meios propinolísticos poderia tranquilamente estar envolvido na
Lava Jato se tivesse a mesma oportunidade dos investigados pela Polícia
Federal. Tudo é uma questão de princípios, da formação do caráter do cidadão.
Em
contraposição ao caso Blagojevich, aqui, no Brasil, o político, da noite para o
dia, deixa seu modesto apartamento para ir morar num condomínio de luxo com
iates, jatinho e toda uma gama de ostentação sem que isso provoque nenhum
sentimento de indignação no povo. Na realidade, o único sentimento despertado é
a inveja de quem não foi bem sucedido na carreira de criminoso corrupto. Ou
seja, o cara se deu bem e eu não. Quem se movimenta no universo da vida
pública, quem faz negócios com entes públicos, quem presta algum tipo de
serviço, quem tem amigos nesse mundo ou então quem luta para conseguir alguma
coisa, uma oportunidade de trabalho, uma vantagem etc., tem que endurecer o
espírito, abandonar princípios, fazer vista grossa e focar no pragmatismo das
suas ações e das suas crenças. Caso contrário, tudo fica muito difícil e todas
as portas acabam se fechando. Afinal de contas, é preciso dançar conforme a
música. A pergunta que fica no ar é se somos vitimas ou se somos cúmplices de
todo esse sistema criminoso que tanto nos preocupa.
Todo
esse conjunto de crenças e valores do povo brasileiro acaba definindo o estilo
administrativo dos seus governantes. Afinal de contas, o detentor do poder é
uma cria parida das entranhas do povo, e que, naturalmente, carrega consigo o DNA
do seu genitor. E se a administração pública em todas as suas instâncias e
esferas está mergulhada até o pescoço num mar de lama, é possível que também
estejamos nesse mesmo lamaçal. Será que o nosso poético jeitinho ajudou a criar
esse monstro que hoje tanto nos assusta?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua mensagem será publicada assim que for liberada. Grato.