Reginaldo de Oliveira
Publicado no Jornal do Commercio dia 12/01/2016 - A239
O
mundo dos negócios é movido por ondas que vêm e vão, trazendo novidades e
levando tradições, num constante ciclo de mudanças. Pode-se dizer que o mercado
é um organismo que se renova a cada revolução tecnológica ou social. As últimas
décadas foram marcadas pelo encurtamento desses ciclos, onde muitos
empreendimentos nasceram e morreram na primeira geração de proprietários. Nesse
caso, o fator primordial de tantos eventos ruins não tem sido tanto a
obsolescência, mas a pressão tributária combinada com o agigantamento da
burocracia fiscal. Nosso país é o pior lugar do mundo para fazer negócios;
todas as variáveis nocivas e atravancadoras estão concentradas no território
brasileiro. Ou seja, as normatizações regulatórias previstas na nossa
legislação impossibilitam a sobrevivência de qualquer processo produtivo para
quem se dispõe a cumprir rigorosamente cada vírgula das nossas leis malucas. O
legislador brasileiro tem como único objetivo fomentar o caos para facilitar a
corrupção. As nossas leis estão cheias de elementos maliciosos que dificultam
sua aplicação de forma séria e racional.
Daí,
que sobreviver num ambiente tão cáustico é tarefa para homens de coração forte
e destemido. O empresário sobrevivente e estabelecido é acima de tudo um herói,
uma vez que meio mundo de agentes se volta contra ele, principalmente o governo
que teima em aniquilá-lo com uma burocracia infernal. Para piorar o quadro já
calamitoso, diversas personalidades do universo público resolveram se digladiar
numa batalha sangrenta de poder que está destruindo a economia do país. Junte-se
a isso os efeitos da corrupção galopante que nesse momento está matando as
finanças de governos estaduais e municipais. Por sua vez, o poder público
insiste na volta da CPMF como única saída para salvar o país da catástrofe. Seria
mais e mais dinheiro que no final das contas não vai solucionar nada, visto que
continuaremos sendo governados pelos mesmos corruptos e incompetentes de
sempre.
Pois
é. Nesse árido terreno brota a riqueza do Brasil. E claro, as adversidades
concorrem para a formação de um contingente de empreendedores fortes e
resistentes, num constante e impiedoso processo de seleção natural.
Normalmente, os negócios bem sucedidos nesses tempos de crise são conduzidos
por gestores de fibra, sintonizados com os ventos das mudanças. Importante
também, ressaltar, que tais gestores desenvolvem estratégias inteligentes para
lidar com a infernal burocracia imposta pelo governo. Por outro lado, muita
gente não está conseguindo se adaptar aos novos tempos e com isso, vem abrindo
espaço para o concorrente.
O
empresário bem sucedido é antes de tudo um observador atento às variáveis que
interferem na dinâmica dos seus negócios. Ele carrega na cabeça um supercomputador
dedicado à tarefa de processamento intermitente de informações vitais à saúde
das suas operações. A dificuldade, muitas vezes, está na identificação correta
de fontes seguras de informações relevantes. A coisa se torna mais dificultosa
quando o assunto é tributos. Duas áreas sensíveis também merecem atenção
especial, que é o controle interno e a capacitação de funcionários. A Festa
Color, estabelecimento comercial localizado nas proximidades do mercado
Ver-o-Peso, em Belém/PA, vem fazendo um trabalho interessante com seus
funcionários. Todos eles estão conhecendo a dinâmica operacional, contábil e
tributária da empresa. O propósito dessa iniciativa foi a de proporcionar ao
quadro de pessoal uma visão sistêmica do negócio. Assim, cada um passou a ter consciência
do seu papel no sistema empresarial. Como resultado, ninguém fica à deriva nem
age de forma isolada. A coordenadora desse modelo gerencial, senhora Antonete
Osório, não deixa ninguém sair da linha. Não à toa, a Festa Color segue firme e
ascendente no seu quadro de lucratividade.
A
palavra de ordem é profissionalização. Interessante, ainda, é interagir com o
que de melhor existe no mercado em termos de informações estratégicas e
funcionais. Eventos, palestras, treinamentos, reuniões de empresários – tudo
isso ajuda a oxigenar o discernimento sobre os fenômenos patrimoniais e
mercadológicos.
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