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Reginaldo de Oliveira
Publicado no Jornal do Commercio dia 07/07/2015 - A217
O
ato de consumo e a nota fiscal deveriam andar sempre de mãos dadas. Mas não é
isso que acontece, visto que poucas pessoas costumam exigir nota fiscal do
restaurante ou quando abastecem o tanque de gasolina. No imaginário popular a
nota fiscal só é necessária nos casos de aquisição de veículo ou de geladeira,
por exemplo. O refrigerante comprado no mercadinho da esquina está dispensado
dessa burocracia. Esse fenômeno comportamental evidencia a combinação de
ignorância com um rarefeito senso de cidadania. Aquela pessoa que reclama do mau
atendimento no posto de saúde por falta de medicamento é a mesma que não
costuma reclamar do comerciante a falta de nota fiscal. Esse cidadão desprovido
de cidadania não consegue ligar uma coisa a outra. Daí, a importância de ações
educativas nessa área, como o Programa de Educação Fiscal da SEFAZ. Lamentavelmente,
as escolas ensinam tanta coisa fugaz aos alunos, mas se esquecem da formação do
cidadão consciente dos seus direitos e deveres sociais. Isto é, viaja-se muito
na maionese enquanto questões de ordem prática são deixadas de lado.
Estranhamente, o verdadeiro aprendizado é obtido fora da escola, como por
exemplo, a importância da exigência da nota fiscal. Isso só mostra o quão
equivocado é o nosso sistema educacional. A SEFAZ/AM, se valendo de rotas
alternativas, está pronta para instigar o consumidor a exercer sua cidadania e
assim cultivar o hábito de exigir nota fiscal.
No
próximo dia 3 de agosto será lançado oficialmente o programa Nota Fiscal
Amazonense, seguindo uma tendência que se espalha por todas as secretarias de
fazenda dos estados brasileiros. O objetivo desse projeto é provocar um
substancial aumento na arrecadação de ICMS, com impacto direto na elevação de
outros tributos, como PIS, COFINS, Imposto de Renda etc. A partir dessa data os
operadores de caixa passarão a solicitar do consumidor o seu número de CPF para
ser incluído na nota fiscal. Essa inclusão não será obrigatória para compras
abaixo de R$ 10.000,00. A informação do CPF poderá resultar numa premiação que
vai de R$ 50 a R$ 50 mil, que poderá ser instantânea ou periódica. O prêmio
instantâneo poderá ocorrer tanto numa nota de dez reais quanto numa outra de
cinco mil reais. Já, o periódico será realizado uma vez por mês, como também em
datas especiais (em 2015, no natal) e, nesse caso, o consumidor ganhará um
bilhete eletrônico a cada R$ 50,00 de gastos constantes em nota fiscal com CPF
informado. Para participar dessa campanha é preciso se cadastrar no site www.nfamazonense.sefaz.am.gov.br.
No momento em que o consumidor fizer o cadastro, todas as suas compras serão
identificadas e seus bilhetes eletrônicos serão gerados. Também, só depois
desse cadastro será possível participar do prêmio instantâneo.
Nesse
novo modelo não haverá necessidade de trocar notas fiscais por cupons, como
ocorreu numa época passada; tudo será eletrônico. O consumidor será obrigado a
criar uma conta no site da SEFAZ para participar dos sorteios e se quiser saber
de imediato se foi contemplado na premiação instantânea ele terá que utilizar
um aplicativo leitor de QR code (aquele quadrado pontilhado impresso nas notas
fiscais do consumidor eletrônica). Com isso, espera-se que meio mundo gente
passe a fazer essa consulta logo após receber a nota fiscal. Quem não possuir smartphone
terá que fazer a consulta no site da SEFAZ. Detalhe importante: as redes
sociais serão o grande aliado da SEFAZ na divulgação do programa.
Os
setores de bares, restaurantes e postos de combustíveis serão fortemente
impactados por essa campanha. Alguns postos de gasolina serão obrigados a mexer
no leiaute das suas estruturas de atendimento. Outro fator a se considerar é
que grande parte desses estabelecimentos que se sentiam fora do alcance da SEFAZ,
daqui a poucas semanas serão fiscalizados pelos próprios clientes.
Se
a nossa SEFAZ adotar o modelo utilizado por outros estados, os consumidores
poderão fazer denúncias sobre falta de nota fiscal através de um aplicativo,
indicando ao Fisco, inclusive, as coordenadas geográficas informadas pelo GPS
do smartphone. Espera-se, com isso, uma avalanche de denúncias. Quem sabe, toda
essa pressão fiscal obrigue o empresariado a se organizar como uma grande
entidade que venha a interagir mais intensamente com a SEFAZ. O custo tributário
é o grande devorador de recursos financeiros e que, por esse motivo, deve ser administrado
com profissionalismo e não com artimanhas rocambolescas.
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As duas fotos abaixo são do mural localizado na entrada da Secretaria de Fazenda do Estado do Amazonas.
O responsável pela divulgação do meu artigo na SEFAZ é o meu Amigo Augusto Bernardo, Coordenador do Programa de Educação Fiscal, que distribuiu cópias em vários setores do órgão.
estou com dificuldade de me cadastra meu CPF na nota fiscal
ResponderExcluirPor gentileza, ligue para o Neiraldo, no telefone 21211689
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